quinta-feira, 9 de abril de 2020

A Super Lua da Quarentena

A Lua registrada em 08 de abril de 2020 pelas lentes deste escriba.
A lua registrada em 08 de abril de 2020 pelas lentes deste escriba.

Há pouco mais de um século a humanidade não contava com a Internet, a TV e o rádio (quem lembra da vitrola?) para se entreter durante as noites. Os livros eram coisa rara, pois grande parte das pessoas era analfabeta ou não gostava deles - o que mudou, desde então?

Por outro lado, não havia poluição atmosférica. Pouquíssimas cidades contavam com iluminação artificial para turvar a vista dos amantes da lua e das estrelas. Na falta do que fazer, muitas pessoas olhavam para o céu e viajavam sem carruagens.

Os povos antigos tinham suas constelações favoritas. O que temos hoje? Candidatos favoritos para vencer o Big Brother Brasil.

Voltando ainda mais no tempo, os romanos observavam estrelas errantes, que pareciam caminhar no firmamento. Só podiam ser deuses, concluíram. E deram nomes para eles: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno... e assim os planetas foram batizados.

Planetas são corpos celestes gigantescos, e mesmo assim só podem ser vistos com auxílio de telescópios, na maior parte do tempo. Mas foi preciso que um vírus minúsculo (visível apenas por microscópios) disparasse uma pandemia, para que os humanoides pudessem prestar atenção novamente neles.

A quarentena, que provocou o distanciamento social, provocou também uma reaproximação dos terráqueos com o espaço sideral.

Muitos carros e caminhões pararam de transitar. Fábricas fecharam as portas e cortaram a emissão de fumaça tóxica por suas chaminés. O céu noturno ficou mais limpo e muita gente enjoou das telas que emitem luz azul, lives e notícias repetitivas. Logo, voltaram a entortar o pescoço para admirar a abóbada celeste.

Milhares de estrelas anônimas se renderam ao brilho da Super Lua, que ocorreu na passagem entre 08 e 09 de abril de 2020. Lá estava o maior refletor de luz solar para a nossa Terra, mostrando suas cicatrizes que lembram uma amostra de colônia de bactérias analisada num laboratório.

Do macroscópio para o microscópio. Não importa: nós somos frágeis e insignificantes. Por isso inventamos tanta coisa para nos entreter, nos distrair e nos fazer esquecer do nosso real tamanho perante o Universo.

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