sábado, 12 de outubro de 2019

Alguns sonhos só se realizam no longo prazo

"Little Nemo in Slumberland". Quadrinhos de Winsor McCay publicados originalmente na virada de 1905 para 1906. Clique na imagem de domínio público para ampliar.
"Little Nemo in Slumberland". Quadrinhos de Winsor McCay publicados originalmente na virada de 1905 para 1906. Clique na imagem de domínio público para ampliar.

Se você não consegue explicar sua decisão para investir num determinado ativo, para alguém com a capacidade de compreensão de uma criança de doze anos, talvez você não deva fazer o aporte. Isto não é uma regra, mas certamente é um bom referencial. Reportar-se para crianças é um dos grandes desafios de qualquer adulto.

A revolução da era digital está sepultando tradições de antigos meios de comunicação. Com o declínio dos jornais impressos, os cadernos dominicais com tiras e histórias em quadrinhos estão desaparecendo sem alarde, para desalento de poucos saudosistas.

Antes dos games e blockbusters invadirem as telas da TV, do computador pessoal e também dos tablets e telefones celulares; as histórias em quadrinhos, popularmente conhecidas como gibis, tinham grande espaço no imaginário da juventude.

Um dos personagens mais representativos dos primórdios das histórias em quadrinhos, antes mesmo deles ganharem títulos em forma de revistas, era o Little Nemo (“Little” do inglês: “Pequeno” e “Nemo” do latim: “Ninguém”) – um garotinho com cerca de seis anos de idade que toda noite tenta alcançar “Slumberland”, a terra dos sonhos.

Criado por Winsor McCay (1871-1934), Little Nemo foi publicado semanalmente entre 1905 e 1913 nos jornais “New York Herald” e “New York American”, ambos pertencentes ao magnata William Randolph Hearst. As histórias voltaram a ser publicadas entre 1924 e 1927, quando a indústria dos quadrinhos já estava bem mais desenvolvida.

Viajando para o futuro

A cada semana os leitores de Little Nemo eram transportados para situações surreais, relacionadas com os sonhos que o personagem tinha durante a noite. Uma das páginas que marcaram a série foi publicada na virada de 1905 para 1906. Na historieta, o Rei de Slumberland, Morpheus, determina ao Velho Pai do Tempo que conduza Little Nemo por um corredor repleto de incontáveis gavetas.

Cada gaveta representava um ano e, dentro dela, haviam números relacionados com a idade que Little Nemo teria no futuro. Ao tocar nos números, o garotinho imediatamente assumia a forma correspondente de seu corpo, de acordo com o ano escolhido. Então, Little Nemo se vê como adolescente e depois como um jovem adulto.

Ao alcançar a meia idade, já pançudo e careca, ele pede ao Velho Pai do Tempo para voltar a ser criança. Então, o sujeito com asas de anjo, portando uma foice, lhe pede que devolva os números, para serem guardados novamente nas gavetas.

Num momento de distração do Velho Pai do Tempo, o garotinho Little Nemo abre a gaveta de 1999. Imediatamente ele se transforma num idoso corcunda, quase cego e mentalmente debilitado. Ele não consegue encontrar o Velho Pai do Tempo para pedir socorro, mas acorda do sonho que virou pesadelo, acudido por sua mãe, como geralmente acontecia toda semana.

Muito além do longo prazo

Que exercício fantástico o artista propõe aos seus leitores, muitos deles crianças ávidas pela manhã dominical repleta de quadrinhos: projetar-se no futuro, com mais de noventa anos de distância. Para o tempo de uma vida, isto representa o longuíssimo prazo.

Winsor McCay tinha apenas uma página para contar uma boa história a cada semana. Imagine se ele pudesse ter várias páginas ao seu dispor para trabalhar com educação financeira? No começo do século XX, esse tema sequer existia, mas poderia ter feito a diferença na vida de milhões de pessoas.

Não precisamos nos reportar para noventa anos no futuro. Se o assunto é a obtenção da independência financeira, podemos falar num prazo de três décadas que, ainda assim, será considerado um longuíssimo prazo para quem tem pressa de enriquecer.

Quem, aos vinte anos de idade, quer fazer um planejamento de vida para estar bem somente aos cinquenta anos? Ocorre que, aos vinte anos, raramente um jovem tem condições de fazer aportes consideráveis no mercado de capitais para acelerar a geração de renda passiva.

Tire sonhos dos papéis – invista em bons papéis

O que os jovens possuem, em abundância, são os sonhos. Nisso, eles não deixam de ser como Little Nemo em busca de Slumberland. Ocorre que, para realizar certos sonhos, os jovens devem adiar certas compras que eles fazem no presente. Somente deste modo eles terão mais recursos poupados para investir no futuro deles.

Quando compramos um lote de ações ou algumas cotas de um fundo imobiliário, é como se estivéssemos escrevendo uma carta para nós mesmos no futuro, confiando ao Velho Pai do Tempo para entregá-la na frente, por ordem do Rei Morpheus.

Todo investidor bem-sucedido tem pelo menos um arrependimento, que é não ter começado a investir mais cedo. Por isso, conversar sobre investimentos e educação financeira com as crianças, dentro da capacidade de entendimento delas, é um compromisso que os pais ou responsáveis deveriam ter com elas.

Por vezes, falta conhecimento para os próprios adultos – uma situação comum e compreensível num país como o Brasil, onde os intervalos comerciais dos horários nobres da TV são ocupados por grandes bancos que contratam um apresentador de reality show para falar de caderneta de poupança.

Porém, a Internet está aí para auxiliar. A Suno Research também. Nós ajudamos você a investir melhor, para que você possa cuidar daqueles que mais podem se beneficiar no longo prazo: as crianças sob sua tutela. 


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