sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O longo prazo premia a força de vontade

Vincent van Gogh (1853-1890), “A Noite Estrelada” (1889), pintura do acervo do MoMA em Nova York. (Publicado originalmente no grupo da Suno Research no Facebook em 28 de março de 2018.)
Vincent van Gogh (1853-1890), “A Noite Estrelada” (1889), pintura do acervo do MoMA em Nova York.

Quem ganha seu dinheiro de forma suada sabe que o mesmo não deve ser investido ao sabor da sorte. Existe alguma estratégia de investimento que premia mais o esforço do que o talento e a inteligência, que são variáveis? Existe e ela está ao alcance de todos.

Por Jean Tosetto 

Caminhamos pelos centros das grandes cidades e vemos muita gente talentosa exibindo seus dons diante de uma lata com algumas moedas. O violinista parece mais virtuoso do que aquele que casou com a filha de um cantor sertanejo. Porém, ele não está no programa da TV recebendo aplausos. Ele está olhando para você, esperando que reconheça seu esforço a ponto de tirar uns trocados do bolso, num gesto de agradecimento por alguns acordes inspiradores.

O que diferencia um músico do outro? Aos ouvidos de um leigo, quase nada. Mas a sorte parece ter faltado para um e sobrado para o outro – ou será que foram os contatos com as pessoas certas, ou a falta deles, que resultou em oportunidades distintas?

Por vezes, o universo parece ser indiferente com as pessoas. O melhor aluno da sala nem sempre é o melhor profissional do mercado de trabalho. O Doutor em Economia nem sempre consegue pagar as contas no fim do mês. Este pode viver em casa de aluguel e nem desconfiar que o dono dela já foi pedreiro por trinta anos – e sequer completou o ensino primário.

De algum modo, confundimos inteligência com instrução, e talento com garantia de sucesso. Somos educados para pensar assim, mas estamos errados.

Vincent van Gogh, nascido numa família holandesa de classe média alta, foi um fracasso em vida, embora a tenha dedicado à pintura, com mais de duas mil obras realizadas. Seu talento só foi reconhecido anos depois de seu passamento em 1890, a ponto dele ser considerado um gênio incompreendido de sua época.

O preço da realização

Inteligência e talento são fatores importantes? Sim. São decisivos? Nem sempre. Você já viu uma pessoa medíocre ocupando uma posição de destaque numa empresa ou numa repartição pública, pois seu grande trunfo era ser protegida por algum chefe ou cacique político? Você já espumou de raiva por causa disso? Eu também.

Em maior ou menor grau todos nós somos dotados de alguma inteligência e talento. Para o bem da sociedade, estas aptidões são distintas. Porém, o grande fator que diferencia as pessoas está na força de vontade.

É a força de vontade que permite a muita gente trabalhar em dois turnos e ainda cursar uma faculdade de noite. É a força de vontade que permitiu ao sujeito que passava fome no Vêneto se enfiar um transatlântico e descer no porto de Santos, sem saber em que sertão teria que arar a terra com uma enxada, antes de comprar o primeiro par de sapatos.

Quem cursa uma faculdade de noite ou troca de continente para ter uma vida melhor é movido inicialmente por um sonho. Sonhar é de graça. O que pode custar muito caro é a força de vontade – ou a falta dela – para realizar o sonho.

O ingrediente comum dos vencedores

Somente uma boa ideia não é suficiente para uma empresa prosperar. É preciso reunir uma equipe competente e capaz de trabalhar incansavelmente para alcançar metas. Para cada Steve Jobs, de quantos funcionários devotados uma Apple precisa para ser uma das empresas com maior valor de mercado no mundo? Mais de 40 mil. Da quantidade vem a qualidade.

Quando a imprensa divulga estimativas sobre o patrimônio bilionário de grandes investidores do mercado financeiro, como Warren Buffett nos Estados Unidos e Lírio Parisotto no Brasil, é compreensível que muitos associem o perfil deles com o de pessoas inteligentes e talentosas.

Porém, basta estudar um pouco a biografia de ambos para constatar um traço de personalidade em comum: eles cultivaram a força de vontade por décadas, permitindo a eles serem parceiros de grandes empresas, mesmo quando elas atravessavam momentos de baixa nas cotações.

O motor de qualquer estratégia vencedora de investimentos é ter capital suficiente para fazer aportes recorrentes no mercado de capitais. Para quem ainda não colheu os primeiros dividendos para reinvestir, esse capital só fica disponível quando alguém consegue viver com menos do que ganha.

A pedra angular da educação financeira

O princípio da educação financeira é justamente conseguir poupar dinheiro mensalmente. É preciso ter a inteligência acima da média para compreender isso? De modo algum. É preciso ter algum talento para conseguir isso? Só se for para manter o atual padrão de consumo e aumentar a renda no ofício. Mas este não é um aspecto fundamental.

O fundamental para economizar dinheiro é ter força de vontade. Saber que é preciso deixar de ir ao restaurante favorito uma vez por semana, para ir apenas uma vez ao mês, é fácil. Difícil é resistir à tentação e à comodidade da jantar fora de casa. Saber que a camisa polo de marca custas três vezes mais que a camisa genérica – e tão boa quanto – é fácil. Difícil é controlar a vaidade.

Se, para investir suas economias no mercado financeiro as pessoas dependessem de muita inteligência e talento, então as empresas de capital aberto quebrariam uma após a outra, pois as Bolsas de Valores ao redor do mundo agregam pessoas de vários extratos da sociedade. Mesmo os grandes fundos de investimento também captam recursos de trabalhadores comuns.

Persistir até conseguir

Uma das belezas do mercado de capitais é que, independente do talento e da capacidade intelectual das pessoas, ele vai premiar quem investe no longo prazo, com força de vontade, mesmo quando a estratégia for defensiva e conservadora, baseada em dividendos que são reinvestidos juntos com novos aportes, por anos a fio.

Professores, médicos, advogados, engenheiros, comerciantes, nutricionistas. Eles não possuem obrigação alguma de saber se a empresa A é melhor que a empresa B para investir. Eles são úteis para a sociedade dedicando-se com afinco em seus ofícios.  Se eles quiserem atuar como investidores, vão precisar de parte desse afinco para poupar recursos.

Eles não dispõem de tempo para fazer jogadas mirabolantes com alta rentabilidade e alto risco, capazes de levá-los ao Olimpo ou à sarjeta em questão de minutos. Por isso eles precisam investir no longo prazo, em ativos suportados por gente como eles: repleta de força de vontade.

É para isso que a Suno Research existe: para ajudar pessoas que tem força de vontade a investir com inteligência, e para que elas descubram que possuem o talento de buscar a independência financeira no longo prazo. Faça uma assinatura hoje mesmo.

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