segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sobre filmes, livros e caminhos

Caminho em bosque próximo ao Paço Municipal de Serra Negra.
Caminho em bosque próximo ao Paço Municipal de Serra Negra.

Você já zapeou tarde da noite na televisão, até encontrar algum filme sendo exibido? Teve vontade de ver ele até o fim, mesmo desconfiando de sua qualidade? Isso acontece comigo, algumas vezes, com um agravante: o filme pode ser  uma bomba e mesmo assim uma curiosidade quase obsessiva me prende ao sofá, a ponto de adivinhar o que acontecerá na sequência e me penitenciar ao final da história.

Felizmente, com os livros, consigo me controlar. Quando pego um livro para ler, posso desistir dele ainda nas primeiras páginas se ele for ruim, previsível, linear, sem curvas. É como caminhar por uma cidade com ruas formando uma malha absolutamente retangular. Você põe o pé na primeira quadra e já enxerga o final da avenida - nada pode ser tão monótono, como já pregava o arquiteto e urbanista Camillo Sitte em seu livro “A Construção das Cidades Segundo seus Princípios Artísticos” - que por sinal li num fôlego só.

Quando estou em viagem de carro, pedalando uma bicicleta, ou mesmo caminhando por aí, e vejo um caminho diferente, escondido atrás de uma curva, logo sou capturado pela necessidade de saber o que vem depois. Nem sempre posso percorrê-lo naquele momento, então aquele caminho fica na minha cabeça, e a ideia de explorá-lo me faz tecer planejamentos para voltar lá com mais calma.

Bons caminhos são como livros que lemos duas vezes e filmes que nos dão vontade de ver novamente, de vez em quando. Você já sabe onde o caminho te leva, mas você tem percepções novas a cada experiência. Pena que a vida é curta demais para ver todos os filmes, ler todos os livros e percorrer todos os caminhos.

Selecionar é a solução. E aprender a ignorar um filme péssimo também.

2 comentários:

  1. Gostei de ver em sua biografia que você incorporou a origem polonesa. A maioria dos Manteys ainda não aceitaram essa ideia, e continuam se chamando de alemães. Rsrsrs

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    1. Caro Jamil, se até o filósofo alemão mais cultuado do século 19, Nietzshe, retratou sua origem polonesa no livro "Ecce homo" (para depois criticar os alemães por alguns de seus hábitos) quem sou eu para renegá-la?
      Mais para frente vou escrever sobre o assunto aqui mesmo. Abraço!

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