sábado, 23 de junho de 2018

Alemanha sendo Alemanha

Seleção alemã celebrando a conquista da Copa do Mundo FIFA de 2014 (Danilo Borges/Portal da Copa copa2014.gov.br Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil).
Seleção alemã celebrando a conquista da Copa do Mundo FIFA de 2014 (Danilo Borges/Portal da Copa copa2014.gov.br Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil).

Hoje cedo trabalhei no escritório já pensando no pedal que faria de tarde. Passei na casa de um colega. Ia começar o jogo da Alemanha contra a Suécia pela Copa da Rússia. Jogão, né? Mas a gente foi andar de bicicleta.

Pegamos uma estradinha de terra entre Paulínia e Barão Geraldo. Foi legal. Nunca tinha passado por ela. Chegamos na Praça do Coco e pedimos um litro de caldo de cana gelado, com limão e gengibre.

Meu amigo, um gole daquilo depois de 40 minutos de bicicleta é muito bom!

A televisão pendurada na árvore - que também sustenta o telhado da venda - anuncia o gol da Suécia. Um sujeito alto, com cara de alemão, jeito de alemão, sotaque de alemão, com um alemãozinho a tiracolo, ficou triste.

Consolei ele:

- A Suécia tirou a Itália da Copa. É jogo duro. Não é surpresa.

Fizemos o caminho de volta, por outra estrada. Tinha um subidão que me queimou as coxas. Estou meio fora de forma.

Cheguei em casa faltando cinco minutos para o jogo acabar. A Alemanha tinha empatado, mas isso não resolvia a situação. Só a vitória interessava.

Foi bonito ver os alemães jogando com organização, determinação, sem desespero, martelando o gol da Suécia - que não conseguia contra-atacar.

Subitamente, falta na lateral da área. Minuto final de jogo.

Estava fazendo alongamento no tapete da sala quando cravei:

- Vai sair gol.

Jogada ensaiada na bacia das almas, com a terra cedendo na beira do abismo.

Golaço no ângulo!

Final de jogo. Deu dó dos suecos. A gente sempre torce para os mais fracos quando não é o nosso time na reta.

Mas temos que tirar o chapéu para os alemães. Nada de choro. Nada de desabafo. Nada de individualização de resultado. Os caras saíram de campo com as facas nos dentes - do jeito que entraram. Uma aula de atitude e equilíbrio emocional.

Quatro anos depois do 7 a 1 contra o Brasil, os alemães seguem tendo muito o que nos ensinar.


Veja também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O seu comentário construtivo será bem vindo. Não publicaremos ofensas pessoais ou dirigidas para qualquer entidade. EVITE ESCREVER SOMENTE COM MAIÚSCULAS. Não propague spam. Links e assuntos não relacionados ao tema da postagem serão recusados. Não use termos chulos ou linguagem pejorativa.