sábado, 14 de janeiro de 2017

Pule o muro da educação financeira

O ratinho diante de blocos de madeira: um recurso lúdico - e concreto -  para compreender um assunto deveras abstrato.
O ratinho diante de blocos de madeira: um recurso lúdico - e concreto -  para compreender um assunto deveras abstrato.

Antigamente as cidades eram encasteladas, cercadas por muros que as protegiam dos invasores vindos de outras terras. No Século XX, a cidade alemã de Berlim ficou vários anos dividida por um muro, por causa da Guerra Fria. De um lado a cidade era controlada por forças comunistas, e de outro eram os capitalistas que ditavam as regras.

Imagine que você viva numa cidade dividida por um muro. Esse muro não seria o "muro da vergonha" de Berlim, mas o "muro da educação financeira" que separa você, que está no lado da "renda trabalhada", do lado da "renda financeira". Como esse muro é aparentemente alto demais, muita gente desiste de querer saltá-lo para ver o que tem do lado de lá, sem saber que é a independência financeira - a liberdade do Mundo Ocidental, para quem vivia na Berlim Oriental.

Na cidade da renda trabalhada as pessoas vivem exclusivamente do suor de seu trabalho, na forma de salários, honorários, aposentadorias do serviço social e outros empreendimentos. Boa parte do que as pessoas ganham é destinado para o pagamento de impostos, aluguéis, financiamentos, planos de saúde e supermercado, entre outras despesas como viagens, restaurantes e diversões em geral. São poucas as pessoas que conseguem poupar valores mensalmente.

Mas na cidade da renda trabalhada o dinheiro poupado fica em bancos, na forma de cadernetas de poupança e títulos de capitalização de baixíssimo rendimento - abaixo da inflação. Aqueles que resolvem escalar o muro da educação financeira percebem que o dinheiro poupado deve ser remetido para a cidade da renda financeira.

Lá os bancos são preteridos em nome das corretoras de valores, de onde o dinheiro segue para investimentos mais rentáveis como Tesouro Direto, letras de câmbio, fundos imobiliários e, para os mais estudiosos, ações das melhores empresas listadas na bolsa de valores.

No começo, quem remete dinheiro da renda trabalhada para a renda financeira não consegue enxergar direito o que está acontecendo do outro lado do muro. Sem orientação, são pessoas que acabam perdendo o dinheiro e desistindo, influenciando negativamente os outros para não correr riscos. Mas os perseverantes, com disciplina para poupar mês após mês, sabem que este é o caminho correto.

Nos primeiros anos, o montante de dinheiro enviado para a cidade da renda financeira não é significativo. Mas é importante não fazer o dinheiro voltar para a cidade da renda trabalhada. Somente assim o montante ficará cada vez maior por causa dos juros compostos, a ponto de aparecer sobre a cumeeira do muro da educação financeira. Mais alguns anos se passam - isso varia de pessoa para pessoa - e já se consegue usufruir de parte da renda financeira, sem prejudicar o crescimento do bolo, reduzindo crescentemente a necessidade das horas trabalhadas.

Para aqueles que seguirem o planejamento financeiro, olhando por cima do muro que separa a renda trabalhada da renda ganha, um portal se abrirá na muralha, e estes passarão a viver definitivamente na cidade da renda financeira. Alguns chamarão isso de aposentadoria de fato - outros se sentirão livres para fazer aquilo que sempre sonharam, inclusive trabalhar em projetos relevantes, que lhes entreguem o sentimento da verdadeira plenitude.

Segue a versão em vídeo desta metáfora:


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Ajudando você a decidir (Ligia Fascioni)

6 comentários:

  1. Muito obrigado pelo estudo de educação financeira de forma didática e muito prática.
    Excelente artigo de muita qualidade!

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    1. Obrigado, Rogério. Este artigo teve importância fundamental para mim. Me abriu portas para trabalhar com produção de textos relacionados aos investimentos. Abraço!

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